Movimentos artísticos mais importantes do Séc. XIX e XX

A arte existe desde o aparecimento do Homem e expressa-se através de várias formas, tais como desenho, pintura, escultura, literatura, teatro, dança e outras.

Quando nelas se expressam de forma semelhante criam-se os chamados movimentos (ou correntes) artísticos.

A Pintura tem sido desde os primórdios da Humanidade uma das formas mais usadas de expressão e comunicação. O seu desenvolvimento acompanhou sempre o desenvolvimento da civilização, dando-nos a conhecer o passado e as várias épocas.

Os artistas expressaram-se através de grafismos, cor e fantasia, criando vários estilos, de acordo com o seu desenvolvimento, com a época em que viveram e com a sua sensibilidade.

O Impressionismo foi o movimento artístico que deu início às grandes tendências da arte em finais do século XIX.

Terá sido esta obra Impressão: Nascer do Sol (1872), de Monet, que contribuiu para o surgimento deste movimento.

Pintores impressionistas, como Paul Cezanne, Claude Monet, Pierre Renoir e Gaugin utilizavam a mancha/cor e o movimento com pinceladas soltas e as figuras sem contornos nítidos.

Geralmente pintavam ao ar livre para melhor captarem a impressão da incidência da luz no momento.

Preferiam cores primárias e secundárias, sendo a sua arte alegre, vibrante e moderna.

Georges Seurat

O Pontilhismo (1884) é uma técnica de pintura que consiste em pintar o que é observado aplicando pequenos pontos, de vários dimensões e mais ou menos separados uns dos outros.

As zonas de luz assinalam-se com pontos mais dispersos e as de sombra com pontos mais concentrados.

O Expressionismo teve o seu início na Alemanha.

Os artistas expressavam a sua visão das coisas, do mundo e da vida, através dos seus sentimentos.

Representavam assuntos dolorosos, problemáticos e inquietantes, recorrendo a cores agressivas, gritantes e empastadas, as formas distorcidas, quase caricaturais.

Van Gogh, Edvard Munch, Modigliani e Gustav Klimt são alguns dos seguidores deste movimento.

O Cubismo caracterizou-se por romper com a aparência real das coisas. Esta curiosa maneira de pintar começou em França, em 1908. O nome provém de um quadro de George Braques que representava um grupo de casas quadradas, construídas como se fossem cubos. este facto chamou a atenção e, a partir desee momento, começaram a chamar a estes pintores "cubistas".

"Casas e árvores", George Braque, 1908

Os objetos passam a ser representados por formas geométricas, havendo predomínio de linhas retas.

O pintor cubista representa os objetos como se se movimentasse em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes.

O seu principal representante foi Pablo Picasso, entre outros pintores tais como Georges Braque, kasimir Malevich e Juan Gris.

O Abstracionismo: Os artistas não representam a realidade tal como a vemos, mas à sua maneira, sem qualquer referência à natureza.

Exploram intensamente as relações entre as formas geométricas e as cores; provocam uma revolução estética e técnica, concretizada na simplificação formal da linguagem plástica manifestando ritmo e dinamismo nas suas obras.

Com formas, linhas e manchas, criam composições agradáveis, sem depender da representação de objetos já existentes na natureza.

Vassili Kandinsky, Paul Klee e Piet Mondrian foram importantes pintores deste movimento.

Kandinsky

Paul Klee

O Surrealismo: Em vez da realidade exterior o artista procura expressar o seu mundo irreal, de fantasia, de sonhos e de ilusões óticas.

A tristeza e melancolia exerceram grande atração sobre os surrealistas.

Através de uma série de técnicas libertam o potencial imaginativo e criativo do seu mundo interior.

Os seus principais representantes são Salvador Dali, Joan Miró e René Magritte.

Salvador Dali

JOAN MIRÓ

Estúdio de pintura

Cat encircled by the flight of a bird

A Pop Art: Domina os anos 50 e 60. Os artistas usam novas tecnologias nos seus trabalhos e exploraram intensamente o mundo popular das imagens comerciais, próprias de uma sociedade de consumo.

A publicidade, a fotografia, a banda desenhada, os políticos, os artistas do espetáculo e o design tornam-se a sua principal fonte de inspiração.

Foi uma arte dirigida ao grande público, proclamando o triunfo do consumismo.

Andy Warhol e Roy Lichenstein foram alguns dos seus artistas mais notáveis.

Andy Warhol

Roy Lichtenstein

Após os anos 60 foram vividas grandes mudanças a nível cultural e social. A televisão, o cinema, a música rock, as viagens espaciais, modificam a maneira de pensar e de agir e a arte acompanha todo esse percurso.

Os artistas experimentam novos materiais e técnicas, recorrem às tecnologias e utilizam nas suas obras, em simultâneo, os vários meios expressivos disponíveis. Instalações e perfomances começam a ser usuais no mundo das artes.

Instalação de Artur Barrio. Uma instalação é uma manifestação artística onde a obra é composta por elementos orgânicos num ambiente.

Em Portugal as novas correntes artísticas chegam com alguma dificuldade e mais tardiamente do que nos outros países.

Amadeu de Sousa Cardoso trouxe de Paris as influências do Cubismo e do Abstracionismo e juntamente com Santa-Rita e Almada Negreiros lançam o movimento modernista português, por volta de 1913.

Amadeu de Sousa Cardoso

A partir de 1935 a pintura portuguesa foi controlada pelo regime político, revelando-se uma pintura figurativa e de fácil leitura, com cores claras e calmas.

Essa censura à expressão artística provocou várias reações entre os artistas. Uns emigraram (como Vieira da Silva), outros ficaram e lutaram (como Almada Negreiros) para conhecer e acompanhar as novidades artísticas internacionais, fazendo oposição ao regime, influenciando a vida cultural do país.

Júlio Pomar, Paula Rego, Júlio Resende e outros, são alguns dos grandes pintores portugueses, do séc XX.